quinta-feira, 22 de maio de 2014

Negro sobre negro (para Frida)

À meia-noite na sala
no centro da treva
no âmago do escuro
um escuro mais trevoso
um negro mais tenebroso
vem e vagarosamente se instala

Essa escuridão espessa
feita de fios lustrosos e seda
por um instante reina

Depois de alcançar a perfeição
cansa-se da imitação
acende dois faróis verde-amarelados
boceja e abandona a sala

Mas antes de abandoná-la
deixa na treva um miado
que arrepia a espinha da escuridão.


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