quinta-feira, 15 de maio de 2014

Um poema de Herman Melville

"O CUMBERLAND

(Março de 1862)

Alguns nomes há cujo Som impressiona
   Cujas sílabas livres de vogais
São penhor de que sempre serão celebradas;
   Assim parece ser
O nome de uma Fragata (pela glória presente firmada) -
   O Cumberland.
                Sonoro nome como neste canto,
                Fluindo, rolando na língua -
                Cumberland! Cumberland!

Combateu e afundou-se. Não há dúvida
   Que ao fim chegou - soçobrou;
E todavia o seu pavilhão voa sobre o seu destino,
   Como quando ondulava
Persistindo sobre o mar voraz: tão majestoso -
   O Cumberland.
               Vasto nome como neste canto,
               Redondamente rolando na língua -
               Cumberland! Cumberland!

Para que falar de como o combateram -
   A mortífera arma flamejante -
O artilheiro fazendo saltar o porto -
   Inundado, destruído!
Seus mortos indomavelmente manobraram
   O Cumberland.
               Nobre nome como neste canto,
               Lentamente rolando na língua -
               Cumberland! Cumberland!

Enquanto corações partilharam a chama
   Que ardeu naquela corajosa tripulação,
A sua fama viverá - sobreviverá ao nome do vencedor;
   Pois assim é devido.
O seu pavilhão e o seu mastro na história persistirão -
   Cumberland!
               Sonoro nome como neste canto,
               Por muito tempo rolará na língua -
               Cumberland! Cumberland!"

(De Poemas de Herman Melville, tradução de Mário Avelar, publicação da Assírio & Alvim, Lisboa.)


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