domingo, 4 de outubro de 2015

Soneto dos frutos de outrora

De nossas próprias condutas
Sofremos hoje o produto:
Frutos amargos desfruto,
Frutos amargos desfrutas.

Nos tempos bons, de fartura,
Se alguém vinha e nos dizia
Que aquilo não duraria,
Zombávamos: que loucura!

Todos os frutos provamos
E como nos vangloriamos:
Ninguém os provou mais doces!

Como iríamos saber
Que eu tanto iria sofrer
E tu sofrer tanto fosses?

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