sábado, 10 de setembro de 2016
Minha ONG (para Celina Portocarrero)
Venho pensando em criar uma ONG. Não seria, em si, uma novidade. Talvez haja ONGs até demais. A inovação estaria naquilo que a minha ONG, se eu levasse a ideia adiante, protegeria. Nada de órfãos, anciãos, cachorros, gatos. Sonetos. Sim, sonetos. Sonetos, esses pobres seres de catorze versos, tão amados outrora e hoje tão execrados. Não importa quem seja o autor - pode ser até Shakespeare ou Camões -, ninguém quer ler nem ouvir um soneto. Sonetos, qualquer um começam provocando bocejos. Logo depois, protestos, e, seguindo a moda, manifestações. Com a minha ONG espero reunir aquela meia dúzia de almas generosas sempre dispostas a defender os fracos e os oprimidos. Quem sabe.
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