"Com certeza não há mais nenhum adolescente que tenha este fantasma: ser escritor! De que contemporâneo querer copiar, não a obra, mas as práticas, as posturas, aquele modo de passear pelo mundo, com uma caderneta no bolso e uma frase na cabeça (assim eu via Gide, circulando da Rússia ao Congo, lendo seus clássicos e escrevendo seus apontamentos no vagão-restaurante enquanto esperava os pratos; assim eu o vi realmente, num dia de 1939, no fundo da cervejaria Lutétia, comendo uma pera e lendo um livro)? Pois aquilo que o fantasma impõe é o escritor tal como podemos vê-lo em seu diário íntimo, é o escritor menos sua obra: forma suprema do sagrado: a marca e o vazio."
(Extraído de Roland Barthes por Roland Barthes, tradutor não mencionado, Editora Cultrix.)
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