Enquanto durmo não sei
Nem quero saber de Dante,
De Tolstói, Cabrera Infante,
De Scott e nem de Hemingway.
Enquanto durmo, eu espaços
Não abro para Flaubert,
Para Pascal ou Voltaire,
E nem para John dos Passos.
Enquanto durmo, eu me isento
Do inenarrável tormento
Que impõe a literatura.
Mas quando acordo vêm Eça,
Machado, Agustina Bessa,
E recomeça a tortura.
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