Hoje, quando avalio o meu passado,
Invade-me um profundo desencanto
E a decepção de agora saber quanto
Estive a meu respeito equivocado.
Tudo de que me tenho vangloriado
E que foi para mim razão de encanto
Agora sei que não valia tanto
E que por mim foi sempre exagerado.
As glórias todas de que me gabei,
Os triunfos que cantei e celebrei,
As pompas e as excelsas honrarias
São o que sempre foram e serão:
Uma farsa, um embuste, uma ilusão,
Um velho enaltecendo velharias.
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