sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Soneto de tudo quanto o velho superestimou

 Hoje, quando avalio o meu passado,

Invade-me um profundo desencanto

E a decepção de agora saber quanto

Estive a meu respeito equivocado.


Tudo de que me tenho vangloriado

E que foi para mim razão de encanto

Agora sei que não valia tanto

E que por mim foi sempre exagerado.


As glórias todas de que me gabei,

Os triunfos que cantei e celebrei,

As pompas e as excelsas honrarias


São o que sempre foram e serão:

Uma farsa, um embuste, uma ilusão,

Um velho enaltecendo velharias.

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