sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Soneto do enfado que causam a vida e o amor

 Se ontem viver foi ventura

E eu fui um ser venturoso,

Foi-se esse tempo ditoso

E hoje viver é tortura.


É tempo de dor e agrura

E eu, hoje um ser pesaroso,

Na vida não acho gozo

E nem na literatura.


Tudo me provoca enfado

E nada mais me traz agrado,

Seja eu amante ou leitor.


Definho eu a cada instante

E os livros também, na estante,

Morrem de mofo e bolor.


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