segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Soneto do humano que se sobrepôs ao divino

 Às vezes penso que vivi à toa.

Medíocre em tudo aquilo quanto fiz,

Eu, como tanta gente, fui feliz

E tive, como tantos, vida boa.


Não tive tudo quanto pretendia,

O dom que desejei, quase divino,

A fama que almejei desde menino,

Mas tive muito mais do que devia.


As coisas acolhi como me vieram,

Tudo aceitei de tudo que me deram,

Com os louros que sonhei não fui premiado.


Reneguei a leveza a que aspirava,

Esqueci-me do ideal que me norteava,

Morri balofo como um afogado.


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