segunda-feira, 18 de março de 2013

Dois trechos de Gérard de Nerval

"Mas preste atenção nisso, a senhora não é para mim como as outras mulheres... eu talvez signifique mais para a senhora do que os outros homens. Deixemos então de lado os costumes do galanteio usual. O que me importa se já pertenceu a outros, ou que ainda lhes pertença... A senhora é a primeira mulher que amo, e eu sou talvez o primeiro homem que a ama a esse ponto. Se isso não chega a ser uma união abençoada pelo céu, o amor não passa de uma palavra vã."
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"Há certas maneiras de forçar uma mulher que me repugnam. A senhora sabe, minhas ideias são singulares, minha paixão se nutre de muita poesia e originalidade; eu, voluntariamente, organizo minha vida como um romance; os menores desacordos me chocam; e os modernos métodos empregados pelos homens para com as mulheres que possuíram jamais serão os meus. Deixe-se amar assim: quem sabe isso trará doces encantos que ignora."

(Do livro Aurélia, tradução de Luís Augusto Contador Boges, publicado pela Iluminuras.)

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