quinta-feira, 21 de março de 2013
O sórdido sob o véu de seda
Por que os poetas não dizem, logo na primeira vez, que gostam de coxas, seios, nádegas e tudo mais de que os homens gostam, e em vez disso se põem a falar de lírios e de rosas, da lua e das estrelas, como se fossem botânicos ou astrônomos? Por que, em vez de ficarem contando sílabas poéticas nos dedos, não os põem logo a mexer naquilo que lhes interessa e, convenhamos, às mulheres também? Por que precisam espiritualizar coisas que pertencem à carne, e só a ela? Porque eles - comecei a pensar hoje (!!!) e já era tempo - esperam alcançar com artifícios um gozo maior no final. Nesse aspecto, o de ser um ardil e portanto uma mentira, a poesia romântica chega a ser sórdida, apesar de toda a arte que com base nessa sordidez se tem criado por milênios.
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