"Talvez eu tenha natureza prestável a uma transmutação como essa, porque, conforme o ambiente, amoldo-me a ele, incorporo sua ideologia e, enquanto nele permaneço, o assumo com camaleônica convicção, como o Zelig de Woody Allen. Já cantei a Internacional numa convenção da ala albanesa, já li trecho do Evangelho em missa de ano e não era parente. Já gritei "pega ladrão" na rua porque outros gritavam e julguei ser de meu dever, sem saber em que direção ia o ladrão e se havia ladrão."
(Do livro Crime improvável, publicado pela Ficções.)
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