quarta-feira, 3 de julho de 2013
Ainda sobre sexo
Certos autores que pretendem atiçar a libido do leitor confiam demasiado na capacidade de empolgação deste. Houve um, Carlos Zéfiro, que fazia sexo em quadrinhos e, se posso me tomar como exemplo, me arrancou mais gargalhadas que qualquer líquido corporal. Suas ilustrações conseguiam transformar os "instrumentos do amor", como ele os chamava, em colossos que na Antiguidade seriam com justiça colocados entre as Maravilhas do Mundo. Eram lanças transcontinentais que atravessavam grutas transamazônicas. O sexo, para ele, era um combate com golpes que faziam estremecer um quarteirão e, depois da renhida batalha, rios leitosos escorriam pelas ruas, ameaçando afogar a população. Carlos Zéfiro foi um gongórico. Ele seria o roteirista ideal para fazer naquele tempo a iniciação sexual de National Kid e, hoje, de Ben 10 ou Naruto.
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