sábado, 20 de julho de 2013
Hora de ir à feira,
às alfaces e aos pastéis. Hora de ver gente, gente de verdade, gente viva, ruidosa. Nunca aprenderei a ser como eles, esses homens e mulheres que jamais esquecerão a arte do sorriso, mesmo quando já estiverem sem dentes. Tentei assimilar a lição que há tanto tempo me passam, mas sou incompetente até nisso, nesse simples movimento que se faz com os lábios para que eles se abram ou ao menos se entreabram. Sou um retardado, nasci sem DNA para a alegria. Talvez minha única virtude seja essa, a coerência com que me encastelo em minha tristeza. Sou sincero, embora tenha havido um tempo em que pensei em me abrir para a felicidade, mesmo que para isso precisasse mentir. Foi um tempo muito curto, tão curto que só posso atribuí-lo a um descuido de minha mente. Logo ela voltou ao normal. Bom dia.
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