sábado, 6 de julho de 2013

Um trecho de "Cartas a Nora", de James Joyce

"Escandalizei-te pelas coisas feias que te disse? Talvez penses que meu amor é uma coisa imunda. E é, querida, em certos momentos. Às vezes sonho contigo em poses indecentes. Imagino coisas tão escabrosas que não quero escrevê-las enquanto não souber como tu mesma escreves. As menores coisas provocam em mim um grande tesão - um trejeito putesco de tua boca, uma manchinha escura no assento de tuas calças brancas, uma palavra feia que salta de repente de teus lábios úmidos, um súbito barulho indiscreto feito por ti atrás e depois um mau cheiro que sobe lentamente por tuas nádegas. Em momentos assim sinto um desejo louco de fazer aquilo de algum modo nojento, de sentir teus lábios quentes e libidinosos chupando-me, de foder-te entre as maminhas de bico rosado, de acabar contra teu rosto e esporrar sobre teus olhos e tuas faces quentes, de meter o pau entre as tuas bochechas traseiras e te enrabar. Basta per stasera."

(Citado em "Crime improvável", de Luiz Carlos Cardoso.)

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