"A música no jardim
tinha dor inexplicável.
Um cheiro de maresia
vinha das ostras no gelo.
Ele disse: 'Sou fiel!'
e tocou-me no vestido.
Tão diverso de um abraço
era o toque dessas mãos.
Como quem acaricia
um gato ou um passarinho,
sorria, com os olhos calmos,
sob o ouro das pestanas.
A voz triste dos violinos
cantava, em meio à névoa:
'Dá graças a Deus que enfim
estás a sós com o amado.'"
(De "Antologia poética", tradução de Lauro Machado Coelho, publicado pela L&PM.)
domingo, 8 de dezembro de 2013
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário