"Já não me lembro quando comecei a querer matá-lo, só sei que foi depois que tomamos rumos diferentes. Quando comecei a observá-lo, não pretendia fazer isso, mas com o tempo ele se tornou intolerável.
No final seus sentimentos começaram a coincidir com os meus - à medida que eu planejava sua morte, ele se habituava à ideia de morrer, o que me livrou de consideráveis problemas. Assim que ele morreu, passamos a ser um só, e essa união transcendeu o amor carnal com qualquer mulher.
Nós dois conseguimos o que queríamos quando o tiro ecoou. Ele extinguiu-se e eu morri na cama, esperando sentir o leve toque de uma mulher - o toque de dedos cheios de anéis fechando suavemente meus olhos."
(Do romance Acostumado a morrer, tradução de Vera Maria Whately, publicado pela Editora Best-Seller.)
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