quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Fantasmas

Vagaremos à noite, escondendo-nos dos justos. Não fitaremos espelhos, e fugiremos das poças. Nosso amaldiçoado rosto, se visto, matará de horror quem o olhar. Fomos nós que transformamos o amor em uma lesma que, como nós, se esgueira, noturna. Fomos nós que esparramamos estrelas em camas molhadas de sêmen. Fomos nós que por nossa luxúria fizemos da lua uma metáfora, uma mulher que, tocada pela nossa mão, recitava salmos de Belzebu.

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