Não somos nós que morremos
na rua
em casa
no hospital
Não somos nós que morremos
não é nosso o corpo
na calçada
na cama
na enfermaria
na sala de cirurgia
Nós ficamos lá atrás
num tempo que nós mesmos esquecemos
Nós estamos ali parados
com os nossos anseios
e os nossos ideais
Nosso rosto
ainda é jovem
e assim permanecerá
Quem morre
na rua
em casa
no hospital
é um velho impostor
Sintam como ele fede
como é repulsivo
Nós somos este
olhem aqui
que o tempo poupou
Nosso rosto
não tem uma ruga
nosso sexo
não tem uma marca
e vejam quantas têm
o rosto e o sexo
desse velho impostor
que morre sem poesia
na calçada
na cama
na enfermaria
na sala de cirurgia.
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