São poucas as alegrias,
E já nem as esperamos,
Depois que nos fartamos
Da carne jovem dos dias.
Gozamos as demasias,
Nossas despensas pilhamos
E nem sequer cogitamos
De um dia vê-las vazias.
Vazias estão agora
E cheias nós já sabemos
Que nunca mais ficarão.
Nós dois, dia a dia, hora a hora,
Um milagre esperaremos.
Esperaremos em vão.
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