quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Um poema de Emily Dickinson

"Muralhas não me impediriam,
Se fosse rocha o universo
E eu ouvisse sua voz de prata
A chamar do outro lado da pedra.

Cavaria até que meu túnel
Ao seu de repente chegasse,
Teria então minha recompensa -
Deter-me no seu olhar.

Mas existe um quase nada,
Um filamento, uma lei,
Teia em diamante urdida,
Ou palha trançada em ameia -

É um limite igual ao véu
Por sobre o rosto da dama -
Mas cada dobra é um fortim
Com dragões por entre a renda."

(De "Poemas escolhidos", tradução de Ivo Bender, publicado pela L&PM.)

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