quarta-feira, 19 de março de 2014
Ardil
Nas tardes em que ia se encontrar com o amante, ela saía do sofá furtivamente, abria a cortina e fazia o sol ocupar seu lugar, ao lado do gato velho cujos sonos pareciam agora mais longos que o sono da morte. Quando voltava, duas horas depois, encontrava o gato na mesma posição, com as patinhas em cima do filete dourado, como se ele fosse sua blusa.
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