Te darei um dia
um coelho tão branco
tão unicamente
irremediavelmente branco
que ninguém
nem eu
incorrerá na aberração
de compará-lo à neve
ou cometerá a heresia
de dizê-lo igual
a um floco de algodão
Te darei um coelho
um dia
misericordiosamente
imune a qualquer metáfora
ou mau gosto
de minha
inapelavelmente
fosca e tosca poesia.
sexta-feira, 4 de abril de 2014
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário