"A tarefa do poeta moderno é árdua. Cabe-lhe vencer a inércia do nosso imaginário sobrecarregado e anestesiado pelo excesso de estimulações estéticas, pela inflacionada indisciplina de contemplar imagens sem fim: em museus, em livros, revistas, filmes, identificar uma imagem como pertencente a um período, a um estilo ou a uma escola significa não raro armar-se contra o seu impacto imediato e significação. O poeta moderno, encurralado por uma "Natureza" que é uma verdadeira "floresta de símbolos", tem assim como primeira tarefa a de mascarar, velar o fato de que as imagens que ele apresenta são imagens já usadas e convencionais."
(Do livro Poesia em tempo de prosa, publicado pela Iluminuras.)
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