sexta-feira, 1 de março de 2013
Kama Sutra - CXXII
Às vezes, julga-se um depravado. Como agora. Na lanchonete, a mulher na mesinha à sua frente toma sorvete. Enfia a pequena colher na taça, ora na bola de chocolate, ora na bola de morango, leva-a delicadamente à boca e, olhando sonhadoramente para o alto, para melhor sentir o gosto mexe deliciada os lábios. Se neles fica um restinho de sorvete, ela o recolhe vagarosamente com a língua. Sentado à frente dela, ele não perde um movimento de sua mão, de sua boca, de sua garganta engolindo. Será depravação imaginar, como ele faz agora, que é dele a língua que vai recuperar um pouco de chocolate no lábio superior?
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