quarta-feira, 3 de julho de 2013
Os sentimentos
Acredito que os sentimentos devam ser exacerbados. Mornidão e placidez são um convite ao sono. Se o escritor não é um espiritualista, um budista, um nefelibata, deve sentir as veias explodindo quando fala de amor, por exemplo. O ruído do amor há de ser o de uma cachoeira em tarde de fúria. Há de arrastar tudo em seu caminho. Se nesse caminho houver alguém num barquinho tocando um bandolim e entoando uma suave canção romântica, que seja arrastado também. O amor há de rugir, bramir, exibir os dentes, mostrar as garras. Para que diabos haveremos de querer um amor cujo maior encanto seja o de desfazer um novelo de lã? Ainda que mintamos um pouco, ou muito, desembestemos a cachoeira.
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