quinta-feira, 18 de julho de 2013
Sempre poderei alegar,
se me virem declamando estrofes desvairadas para a lua, se me pegarem chorando depois de dizer um nome, se me encontrarem suspirando como um menino de quinze apaixonado por uma garota cujo nome não sabe nem saberá, porque sua timidez o impede de sequer olhar para ela, sempre poderei alegar que a demência é uma espécie de marca registrada da família. Ela é já antiga em mim. Consolida-se dia a dia e me agrada que ela se manifeste assim, sob essa forma de delírio amoroso. Não sou Raskolnikov e não tenho machadinha. Se alguma coisa eu vier a matar, serão meus sonhos, sempre estupidamente e maravilhosamente maiores do que minha capacidade de mantê-los e alimentá-los.
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