sábado, 30 de novembro de 2013

Dois poemas de Heinrich Heine

"Os teus beijinhos foram tantos,
Meu lábio está em carne viva;
Agora exijo um outro tanto
Para curar minha ferida.

Não te preocupes, por favor,
Em apressar o expediente:
A noite é longa, meu amor,
E o teu enfermo é paciente!"

                    ***

"Me entupiram de conselhos,
Me fartaram de honrarias,
Prometeram de joelhos
Que depois me ajudariam.

Já estaria em pele e osso,
Apesar da distinção,
Não tivesse um valoroso
Homem me estendido a mão.

Devo a vida ao cavalheiro
Que de mim não se esqueceu!
Eu quisera dar-lhe um beijo,
Só não dou porque sou EU!"

(Do livro Heine hein? - o poeta dos contrários, tradução de André Vallias, publicado pela Perspectiva.)

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