domingo, 8 de dezembro de 2013
Aos domingos
nossa tristeza põe sua melhor roupa, como se fosse para uma missa. Empertiga-se, olha orgulhosa para os sapatos lustrosos. Tem um desses retornos à infância e imagina que, quanto melhor estiver sua aparência, mais chances terá de ser considerada uma boa menina e obter recompensa por isso. À medida que o dia vai passando, ela sente que mais uma vez o truque falhará. Quantas vezes também, na infância, lhe disseram que talvez o padrinho viesse vê-la e traria enfim a boneca pela qual ela suspirava. Quando o sol vai embora, ela vai tirando a saia, a blusa, o enfeite de cabelo. Guarda tudo com carinho. Domingo que vem, quem sabe...
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