domingo, 8 de dezembro de 2013
As dores
Não são todas as dores que exibimos ao mundo. As mais agudas, as mais pungentes, nós as guardamos para nós. São nossas, apenas. Temos ciúme delas. Que não vá alguém tomar intimidade com elas. Sabemos como foi que cuidamos delas nas noites de desespero em que estiveram a um suspiro de morrer. Sabemos como nos custou cada uma delas, com que carinho as embalamos, murmurando para que dormissem: meu tesouro, meu tesouro. Sabemos como cada uma nasceu, que tipo de lágrimas exigem para não murchar. Sabemos que são dádivas do amor, as únicas que ele não nos pode tirar. São a conquista que nos restou. Nós as obtivemos com aquilo que chamamos de nossa ingenuidade e tolice, mas que na verdade são nosso mais requintado ardil.
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