quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Certas manhãs

Certas manhãs nos parecem velhas conhecidas. Assim que as vemos, elas nos sorriem, nós lhes dizemos um oi e nos deixamos levar para a mesma rua, o mesmo ponto, a mesma esquina em que vivemos, muito tempo atrás, uma cena de um enredo desses bem realistas: um momento de felicidade logo estrangulado como um cisne barulhento. Nós voltamos e refazemos nossos gestos, idênticos, exatos. Mas o diretor nunca está satisfeito e manda que repitamos, repitamos, repitamos, principalmente a parte em que a felicidade já começa a ser só uma memória e soa uma daquelas músicas de adeus.

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