quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Em volta da mesa e das cadeiras

Continuo com meus ímpetos juvenis. Pelo amor eu me enfio no mar, enfrento monstros do tamanho de prédios nova-iorquinos, sou varrido por tempestades, e vou parar em ilhas inóspitas habitadas apenas por serpentes. Ardo de febres tropicais, meus pesadelos me fazem, com meus gritos, acordar os espíritos da floresta, morro com a esperança espetada na garganta e meu corpo é devorado por aves que gargalham aos meus ouvidos de morto incompleto. Tudo isso aqui, no mais perigoso canto da sala, com meu sofá que faço navegar por entre os perigos de um choque fatal com uma das cadeiras imponentes e vingativas como rochedos.

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