quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
Os amores impossíveis
Os amores impossíveis caíram de moda. O que sobrou deles, ou melhor, a memória do que eles eram, mal dá para o consumo da literatura e do cinema. A época é a dos amores possíveis, dos vários amores possíveis. O sexo comanda o espetáculo - e o sexo não tem o estoicismo do amor. O sexo quer ser satisfeito e sua paciência é curta. Se não lhe abrem a porta à qual foi bater, ele bate à porta vizinha. O amor voltado para um homem só, ou uma única mulher, por toda a vida, não existe mais. O amor não está mais catalogado entre os grandes sentimentos, mas entre as comodidades da vida moderna. O amor é um hábito, como comer ou dormir, uma dessas coisas que se fazem quase automaticamente. O amor tresloucado é hoje incompreensível e ridículo, algo imediatamente relacionado com o atraso e a ignorância.
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