quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
Os escravos do Amor
Os escravos encontrados na mansão do Amor recusaram-se a obedecer às ordens dos policiais e foram conduzidos à força à delegacia. Lá se obstinaram em manter silêncio. Não queriam incriminar seu patrão, que chamavam de Mestre Supremo. Quando instados a falar sobre as marcas de tortura impostas por ele, exibiram com orgulho as costas e os ombros lanhados, nos quais o chicote desenhara flores e pássaros. Alguns relutaram em tirar a camisa. Quando cederam, puseram-se a chorar. Nos seus ombros e costas havia chagas horrendas. Choravam não pelas dores que elas provocavam, mas porque elas ainda não haviam assumido o aspecto de flores e pássaros que teriam quando o Amor reconhecesse neles, como já fizera com os outros, a qualidade de discípulos fiéis.
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