sábado, 1 de março de 2014

Acreditar no amor

Acreditar no amor talvez revele nosso lado oportunista. Se não acreditarmos nele, que diabo, afinal, estaremos fazendo aqui? Qual será o sentido de aturarmos este sábado estúpido? Acreditemos no amor, apesar dos seus sorrisos falsos, ensaiados no espelho. Finjamos não ver em suas pernas os sinais, ainda, dos longos dedos dos marinheiros, de suas mãos calosas propiciatórias do gozo. Fechemos os olhos e façamos de conta que não sentimos em seus lábios, e deles não extraímos, nem o gosto de rum nem aquele fiapo de fumo mascado que se gruda à nossa boca como a marca de uma infâmia.

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