sábado, 1 de março de 2014

Um trecho de Joris-Karl Huysmans

"O mesmo acontecia em relação aos seus Rembrandt, que ele examinava furtivamente de quando em quando; com efeito, se a mais bela ária do mundo se torna vulgar, insuportável, assim que o público começa a trauteá-la, assim que os realejos dela se apoderam, a obra de arte que não permanece indiferente para os falsos artistas, que não é contestada pelos parvos, que não se contenta em suscitar o entusiasmo de uns poucos, torna-se também, por isso mesmo, poluída, banal, quase repugnante para os iniciados."

(De Às avessas, tradução de José Paulo Paes, edição da Companhia das Letras.)

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