terça-feira, 18 de março de 2014
Polônia, adeus
Tardei tanto, minha Polônia, fui um filho tão desleixado em meu afeto, que já não há tempo. Não te conhecerei, não sentirei a brisa que sussurrou canções aos ouvidos dos meus antepassados. Não andarei pelas tuas ruas, Varsóvia, imaginando notas de Chopin. Serás, Polônia, o que és: uma palavra que me enternece, como o nome da mãe enternece o filho distante. Não te verei, Polônia, não te verei, Varsóvia. Mas o que mais me dói, o que rasga meu peito ingrato é não ter conhecido a Cracóvia de Wislawa Szymborska. Pelo que sei de ti, Polônia, Wislawa é a melhor filha que deste ao mundo. Ela, por si só, justificaria os gloriosos séculos de tua existência.
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