"Havia uma feiticeira loira em Bacharah
Que matava de amor todo homem por lá
Pelo seu tribunal o bispo a fez passar
Mas antes a absolveu por ser bela sem par
Ó bela Loreley de olhos de pedrarias
Que mágico te deu essas feitiçarias
Estou farta da vida e tenho olhar maldito
Quem me olhou bispo teve um final esquisito
Os meus olhos são chamas não são pedraria
Lançai lançai ao fogo esta feitiçaria
Flamejo nestas chamas bela Loreley
Que outro te condene já me enfeiticei
Ó Bispo ris Pedi à Virgem sua ajuda
Fazei-me pois morrer e que Deus vos acuda
Meu amante se foi para um país distante
Fazei-me então morrer nada amo doravante
Meu coração me dói eu tenho de morrer
Se eu olhasse pra mim ia disso morrer
Meu coração me dói desde que ele está fora
Meu coração doeu do dia em que foi embora
O bispo mandou vir três lanceiros urgente
Ao convento levai esta mulher demente
Vai-te Lore em loucura de olhos sem sossego
Serás freira vestida de branco e de negro
Depois foram os quatro a estrada a trilhar
Loreley lhes rogava olhos de astro a brilhar
Cavaleiros deixai-me ir a esse alto rochedo
Pra ver ainda uma vez o meu lindo castelo
Para ainda uma vez no rio me refletir
E ao claustro das viúvas e virgens posso ir
Lá no alto a cabeleira os ventos lhe agitavam
Loreley Loreley os soldados gritavam
Lá longe sobre o Reno um barquinho a vogar
Meu amor nele está viu-me e põe-se a chamar
Fica o meu coração tão doce vem o amante
Debruça-se e no Reno ela cai nesse instante
Por ter visto na água a bela Loreley
De olhos da cor do Reno e cachos de astro-rei."
(De Álcoois, tradução de Mario Laranjeira, publicado pela Hedra.)
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