domingo, 25 de maio de 2014
Os homens de sua vida
Atraído por ela como um menino a quem se prometeu uma balinha, eu a segui até o edifício sombrio, e daí até o porão. Apesar da escuridão mofada, consegui distinguir cinco homens. "Pronto, ele é de vocês. Sirvam-se." Ao meu espanto ela respondeu: "Estes são os homens da minha vida. Não estão todos. Alguns já morreram." Desejando-me boa sorte, retirou-se. Quando voltou, duas ou três horas depois, ela perguntou aos cinco homens: "Gostaram?" Com fiapos de minha carne entre os dentes, disseram que sim. Ela nem olhou para mim, não viu minhas lágrimas, mas senti, com certo orgulho, que tinha sido aceito na seita dos desgraçados que viviam a vida para venerá-la.
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