segunda-feira, 26 de abril de 2010

Revisionismo

Amou Margaret Atwood desde o primeiro livro, leu os outros assim que iam saindo, cantou e decantou seu nome e, para melhor divulgar a obra da escritora canadense, criou e presidiu um grupo de simpatizantes da autora, que se reuniam semanalmente na casa dele. Quando um ficcionista canadense veio ao Brasil para uma bienal literária, ele conseguiu levá-lo a uma reunião do grupo. Muito gentil, o escritor deu uma palestra bastante aplaudida e encantou todos os participantes do grupo, em especial a mulher do presidente, que correspondeu com tanto fervor à gentileza dele que, uma semana depois, ela e o escritor estavam embarcando para uma visita a lugares exóticos do país. Nessa ocasião, fazendo uma releitura rápida, o presidente descobriu que os livros de Margaret Atwood não eram tão bons quanto ele havia julgado, e o grupo se desfez.

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