terça-feira, 2 de abril de 2013
Bom dia...
... àqueles que andam por São Paulo, por esta cidade tão feia e tão linda, esta cidade que só se revela inteira a quem quer vê-la revelada, esta São Paulo que existe menos no seu concreto do que na imaginação de quem a ama. Bom dia àqueles que podem reconhecer sua beleza em cada esquina, em cada boteco, em cada McDonald's, em cada Habibs, em cada sebo no qual, buquinando bem, talvez se possa encontrar ainda o livro de Frederico Branco, um dos que, assim como Lourenço Diaféria e Alcântara Machado, decifraram o coração desta cidade e o acharam como ele verdadeiramente é: simples, simples, simples. Bom dia aos que podem subir a escada do metrô ali na estação Consolação, entrar no Conjunto Nacional, tomar café na Livraria Cultura, pegar na estante um livro de Philip Roth. Bem-aventurados são esses. Eu já não posso fazer isso. Meu coração é frágil, tão frágil, e meus olhos chovem mais que dez chuvas...
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