quarta-feira, 24 de abril de 2013
Kama Sutra - CLXXXIII
Imagina que ela os tenha ruivos ali, também, e crespos. Imagina que sejam espessos e que, se no quarto escuro ali pousar a mão, o ouro dos fios iluminará seus dedos para lhes indicar o caminho. Imagina que sejam quentes e levemente úmidos, como a superfície de um lago lambida pelo sol. Imagina que poderia manter a mão pousada ali até que a voz do último homem se ouvisse pela última vez no mundo. Imagina que, para não parecer vulgar, não deslizaria a mão sorrateiramente para repousá-la no triângulo. Mas sabe que acabaria não resistindo e, depois que ela deslizasse, faria com que ela pesasse aos poucos sobre aquela área tão pequena, tão morna e dotada de tal sortilégio que, uma vez tocada por um homem, marca para sempre seu destino de escravo.
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