quarta-feira, 17 de abril de 2013
É cedo ainda, o...
... que tornará este dia ainda mais longo. Terei mais tempo para fazer o que eu quiser, o que seria ótimo se eu tivesse vontade de fazer alguma coisa. Ficarei olhando daqui para a rua, como se dela pudesse vir algum acontecimento extraordinário ou um consolo. Passou o caminhão da Ultragaz e imaginei que eu talvez pudesse ser menos infeliz se fosse o motorista, acionando de tantos em tantos minutos a musiquinha, descarregando botijões, conversando com as donas de casa sobre a desfaçatez dos tomates. Que diabo eles pensam que são? Ou talvez me alegrasse um pouco ser o vendedor de sorvetes que anuncia três por um real. Quem diria: os sorvetes - pelo menos os desse homem que os traz de Diadema para vendê-los aqui - são o antônimo dos tomates. Pode ser que eu me sentisse melhor se fosse um dos dois homens que pararam para conversar lá embaixo, na rua, e que está dizendo ao outro que o filho entrou para a Aeronáutica. E eu que já nem sabia haver ainda Aeronáutica! Ser outro é a aspiração dos infelizes, e eu tenho o dia inteiro para realizá-la. Imaginar é preciso.
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