quinta-feira, 4 de abril de 2013

Não aprecio...

... frases de autoajuda, textos que prometem milagres, livros que mudarão nossa vida (a não ser, claro, se assinados por Dostoiévski, Shakespeare, Flaubert). É quase repugnante a tendência que frases desse tipo têm de se oferecerem como provérbios, como ditados, como verdades indesmentíveis. Tenho desconfiança de parágrafos, ou de uma simples linha, que soam bem demais Vejo neles a astúcia do golpista, a má-fé, o logro, o bilhete que pretendem nos vender como premiado. Mesmo escritores sérios às vezes caem nessa tentação de partir para brilharecos, para os chamados efeitos feéricos. Em síntese, não gosto dessas frases óbvias, que nos são apresentadas como se fossem a pedra filosofal. Elas lidam com a nossa fragilidade. Uma que eu desejaria adicionar ao pacote é: só é enganado quem quer ser enganado. E às vezes é isso que nós queremos: achar maravilhoso um dia como este, ainda que nublado, e dar bom dia a todos, como estivéssemos jogando notas de cem e pílulas de felicidade do alto do Viaduto do Chá. Bom dia, bom dia, bom dia.

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