segunda-feira, 1 de abril de 2013
Viver da memória
Viver da memória não é reviver. Viver da memória é reconhecer que estamos mortos para o presente e nos alimentamos do passado, tentando fazê-lo cada vez mais valioso. Viver da memória é uma admissão de covardia, um atestado de preguiça e uma proclamação de derrota. Apresentar imagens da infância como as melhores que temos até hoje é confessar que desperdiçamos décadas de vida rezando diante do túmulo de um menino cuja memória conservamos mais com o esforço de nossa imaginação que com a precisão de nossas lembranças. Esse menino teria agora cinquenta, sessenta anos. Podemos fazer isso com um menino?
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