domingo, 8 de setembro de 2013
Depois dos transes
Depois dos transes aos quais me submete, o Amor me concede um descanso. E me recompensa com a visão de um lago circundado por árvores que me oferecem sombra e frutos. Vou voltando aos poucos a ser o que sou: um homem cansado, que deu já mais passos do que deveria e precisa economizá-los para a trilha derradeira. Meus músculos afrouxam, meus nervos se aquietam, minha alma reassume sua placidez. Ninguém dirá, ao me ver já quase dormindo na relva, que há alguns minutos o Amor me deu sua voz para cantá-lo. Eu sei que é verdade, e isso me basta. Há quem estranhe o sorriso que às vezes tenho, quando durmo. Nos meus sonhos, o Amor, como prêmio, me devolve a juventude e eu sou como um pássaro ajudando a fêmea a pegar folhas secas para fazer o ninho.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário