domingo, 1 de setembro de 2013
Do rancor na velhice
Para os que julgam bela a velhice, digo mais uma vez que não concordo. Me sinto como uma rês desgarrada, caminhando para o coração do deserto. O que em mim não são feridas são chagas. As moscas já me acompanham. Amanhã devem chegar os urubus. De tudo que vivi, me restou o rancor. Procuro na imensidão arenosa plantas cujo veneno me mate rapidamente e queime as entranhas das sinistras aves que me despojarão da carne que ainda tenho.
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