Ah, se eu pudesse, como mudaria!
De nada me valeu fazer sonetos,
Aprimorar tercetos e quartetos,
Juntar as rimas raras da poesia.
Se eu pudesse, teria me livrado
De cultivar os dons espirituais
E teria buscado muito mais
Os dons de um corpo bem proporcionado.
O que eu ganhei com os meus alexandrinos?
De que serviram todos os meus hinos?
A poesia nos mata e nos consome.
Eu não queria ser quem tu respeitas.
Queria ser o homem com que te deitas.
Queria ser aquele que te come.
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