sábado, 14 de setembro de 2013

Soneto do amor infrutífero

Ah, se eu pudesse, como mudaria!
De nada me valeu fazer sonetos,
Aprimorar tercetos e quartetos,
Juntar as rimas raras da poesia.

Se eu pudesse, teria me livrado
De cultivar os dons espirituais
E teria buscado muito mais
Os dons de um corpo bem proporcionado.

O que eu ganhei com os meus alexandrinos?
De que serviram todos os meus hinos?
A poesia nos mata e nos consome.

Eu não queria ser quem tu respeitas.
Queria ser o homem com que te deitas.
Queria ser aquele que te come.

Nenhum comentário:

Postar um comentário