Um homem sábio existia,
Da vida conhecedor,
Que entre as balelas incluía
A grande farsa do amor.
De todas elas, dizia
Com raiva, quase furor,
Que nenhuma outra exibia
Tanta falta de pudor.
Assim, por anos a fio,
O amor ele diminuiu
E de embusteiro o chamou.
Hoje mudou de opinião
E agora come na mão
Do amor que ontem desdenhou.
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