sábado, 14 de setembro de 2013

Soneto do reconhecimento

Sou eu mesmo, tu não vês?
Não lembras? Não te esqueci.
Nasci na primeira vez
Em que te olhei e te vi.

Sou eu mesmo, tu não crês?
Sei que estranhas ver-me aqui
Porque soubeste, talvez,
Que há muito tempo morri.

Devias trazer-me flores.
Morri por ti, pelas dores
Que me causou teu desdém.

Assim é a história, querida.
A ti, a quem devo a vida,
Eu devo a morte também.

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